
O interesse da CBF no técnico português ganhou força com sua saída do Al-Hilal, anunciada após a eliminação na semifinal da Champions League da Ásia, em 29 de abril de 2025, para o Al-Ahli. A demissão, confirmada pela diretoria do clube saudita, marcou o fim de um ciclo que, embora vitorioso na temporada anterior, enfrentou críticas crescentes em 2024/2025. A CBF vê na disponibilidade de Jesus uma oportunidade única, especialmente porque ele não terá compromissos com o Mundial de Clubes, originalmente planejado para junho e julho de 2025. Além disso, a relação de Mauro Jesus, filho do treinador, com o Rio de Janeiro, pode ser um fator emocional que aproxime Jorge Jesus do Brasil.
A trajetória de Jorge Jesus no Al-Hilal, apesar de suas conquistas, terminou em meio a uma crise de resultados. A equipe, que dominou o Campeonato Saudita na temporada passada com uma campanha invicta, caiu para a segunda posição, seis pontos atrás do líder Al-Ittihad, a cinco rodadas do fim. A demissão veio após uma reunião tensa com a diretoria, que cobrou explicações pelo desempenho abaixo do esperado, especialmente após a derrota por 3 a 1 para o Al-Nassr, em que Cristiano Ronaldo brilhou. Esse cenário abriu as portas para a CBF avançar nas negociações com o treinador português.
- Fatores que impulsionam a negociação com a CBF:
- Demissão pelo Al-Hilal, que elimina barreiras contratuais e multas rescisórias.
- Disponibilidade imediata de Jorge Jesus, sem compromissos com o Mundial de Clubes.
- Interesse mútuo entre o treinador e a CBF, com sinalizações de que ele priorizaria a Seleção Brasileira.
Crise no Al-Hilal culmina na demissão de Jorge Jesus
A demissão de Jorge Jesus pelo Al-Hilal marcou o fim de uma era no clube saudita. Após uma temporada histórica em 2023/2024, com 34 vitórias consecutivas e o título saudita invicto, o treinador enfrentou dificuldades para manter o mesmo nível de desempenho em 2024/2025. A derrota para o Al-Nassr, em um clássico marcado pela grande atuação de Cristiano Ronaldo, deixou o Al-Hilal a quatro pontos do líder Al-Ittihad, que ainda tinha um jogo a menos. O empate com o Al-Ettifaq, em novembro de 2024, ampliou a distância para sete pontos, praticamente selando o fim das chances de título.
A eliminação na Champions League da Ásia foi o golpe final. Enfrentando o Al-Ahli nas semifinais, o Al-Hilal sofreu uma derrota por 2 a 1 no jogo de volta, encerrando o sonho do título continental. A perda na Copa do Rei Saudita para o Al-Ittihad, nos pênaltis, com destaque para Karim Benzema, também pesou contra Jesus. A diretoria, insatisfeita com os resultados, optou pela demissão, apesar do prestígio construído pelo treinador, que incluía a renovação de contrato em maio de 2024 após o título invicto.
Embora a demissão tenha sido um revés, Jorge Jesus mantém uma reputação sólida no futebol internacional. Sua saída do Al-Hilal, embora inesperada para alguns torcedores, era especulada desde o início de 2025, quando os rumores sobre seu interesse na Seleção Brasileira ganharam força. A decisão do clube saudita de encerrar o contrato antes do Mundial de Clubes, onde o Al-Hilal enfrentaria o Real Madrid, reflete a pressão por resultados imediatos no futebol saudita, que vive um momento de grandes investimentos.
Legado no Flamengo reforça favoritismo na CBF
Jorge Jesus deixou uma marca indelével no futebol brasileiro durante sua passagem pelo Flamengo, entre 2019 e 2020. Em pouco mais de um ano, conquistou cinco títulos: a Copa Libertadores de 2019, o Campeonato Brasileiro de 2019, a Recopa Sul-Americana de 2020, a Supercopa do Brasil de 2020 e o Campeonato Carioca de 2020. Sua abordagem tática, baseada em posse de bola, pressão alta e intensidade, transformou o Flamengo em uma potência, encantando torcedores e estabelecendo um padrão de jogo que ainda é referência no Brasil.
A conexão emocional com o Brasil, reforçada pelo amor de seu filho Mauro Jesus pelo Rio de Janeiro, também pesa a favor do treinador. Mauro, influenciador digital de 31 anos, viveu no Rio durante a passagem de Jorge pelo Flamengo e mantém laços com a cidade, frequentemente retornando para eventos como o Carnaval. Suas publicações nas redes sociais, destacando praias e momentos cariocas, refletem o apego da família ao Brasil, o que pode influenciar a decisão de Jorge Jesus em aceitar o convite da CBF.
A popularidade de Jorge Jesus entre os torcedores brasileiros é um trunfo adicional. Em uma enquete realizada pelo portal ge, com quase 100 mil votos, o português foi escolhido por mais de 35% dos participantes como o preferido para assumir a Seleção, superando Carlo Ancelotti e Abel Ferreira. Sua capacidade de implementar um estilo de jogo ofensivo e adaptável é vista como ideal para revitalizar a Seleção Brasileira, que enfrenta críticas após resultados ruins nas Eliminatórias.
- Conquistas de Jorge Jesus no Flamengo:
- Copa Libertadores da América (2019)
- Campeonato Brasileiro (2019)
- Recopa Sul-Americana (2020)
- Supercopa do Brasil (2020)
- Campeonato Carioca (2020)
Negociações com a CBF: um caminho agora mais claro
Com a demissão pelo Al-Hilal, as negociações entre Jorge Jesus e a CBF ganharam um novo impulso. A ausência de compromissos contratuais elimina a necessidade de lidar com multas rescisórias, que anteriormente eram um obstáculo, caindo de 5 milhões de euros (R$ 31 milhões) para cerca de 2 milhões de euros (R$ 12 milhões) em maio. Agora, com Jesus livre, a CBF pode avançar diretamente para a assinatura do contrato, com o objetivo de tê-lo no comando já na convocação de 18 de maio para a Data Fifa de junho.
A urgência da CBF é impulsionada pelo calendário apertado das Eliminatórias. Os jogos contra Equador e Paraguai, marcados para 5 e 10 de junho, exigem um treinador definido com antecedência para a preparação. A demissão de Jesus pelo Al-Hilal resolve o principal entrave logístico, já que ele não estará envolvido no Mundial de Clubes, permitindo sua integração imediata ao projeto da Seleção. A entidade planeja uma reunião com o treinador nos próximos dias para alinhar detalhes salariais e estratégicos.
A recusa de Carlo Ancelotti, que optou por permanecer no Real Madrid até 2026, foi um revés para a CBF, mas a demissão de Jorge Jesus pelo Al-Hilal mudou o cenário. O italiano, considerado o plano A, enfrentava dificuldades para negociar sua saída do clube espanhol, além de ter recebido propostas milionárias de clubes sauditas, como Al-Ahli, com salários de até R$ 225 milhões por ano. Com Ancelotti fora do radar, Jesus consolidou-se como a principal escolha.
Cronograma das negociações e próximos passos
A CBF trabalha contra o tempo para definir o novo técnico da Seleção Brasileira, e a demissão de Jorge Jesus pelo Al-Hilal facilita o planejamento. O calendário das Eliminatórias e a convocação iminente são fatores cruciais que moldam as próximas etapas.
- Cronograma das principais datas:
- 18 de maio de 2025: Convocação para a Data Fifa de junho, com jogos contra Equador (5 de junho) e Paraguai (10 de junho).
- 20 de maio de 2025: Início da preparação da Seleção Brasileira para os jogos das Eliminatórias.
- 14 de junho a 13 de julho de 2025: Mundial de Clubes, nos Estados Unidos, agora sem a participação de Jorge Jesus.
A CBF planeja intensificar as conversas com Jorge Jesus nos próximos dias, aproveitando sua disponibilidade imediata. A entidade espera anunciar o novo treinador até o início de maio, garantindo tempo para a adaptação antes da convocação. A demissão pelo Al-Hilal, embora inesperada, é vista como uma oportunidade para acelerar o processo e evitar a necessidade de um técnico interino.
Relação com Neymar: um desafio a superar
A possível chegada de Jorge Jesus à Seleção Brasileira traz à tona um ponto sensível: sua relação com Neymar, principal estrela do time. Em janeiro de 2025, o atacante deixou o Al-Hilal insatisfeito com o treinador, após declarações de Jesus sugerindo que Neymar não estava no mesmo nível físico da equipe. A polêmica gerou desconforto, mas a CBF não abordou o tema nas conversas iniciais, indicando que prioriza a experiência de Jesus em detrimento de eventuais atritos.
Neymar, que se recupera de lesões e busca retomar seu protagonismo na Seleção, é peça central no projeto para a Copa do Mundo de 2026. A capacidade de Jorge Jesus em gerenciar grandes estrelas, demonstrada no Flamengo com jogadores como Gabriel Barbosa e Bruno Henrique, pode ser um trunfo para resolver qualquer tensão. A CBF aposta que o ambiente da Seleção, com jogadores experientes como Vinicius Jr. e Rodrygo, ajudará a integrar o treinador e o elenco.
A experiência de Jorge Jesus em competições de alto nível também é um diferencial. No Al-Hilal, ele enfrentou desafios como a pressão por resultados imediatos e a gestão de um elenco repleto de estrangeiros, como Malcom e Marcos Leonardo. Sua habilidade em adaptar táticas às características dos jogadores pode ser crucial para a Seleção, que busca recuperar a competitividade após anos de resultados abaixo do esperado.
Comparação com outros candidatos
Além de Jorge Jesus, a CBF avalia outros nomes para o comando da Seleção, embora o português seja o favorito após sua demissão pelo Al-Hilal. Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, é uma alternativa frequentemente mencionada, mas sua adaptação ao contexto da Seleção gera dúvidas. O narrador Dandan, da Globo, declarou preferir Abel a Jesus, citando a saída abrupta do português do Flamengo em 2020 como um ponto negativo. No entanto, a experiência internacional de Jesus e sua popularidade entre os torcedores pesam a seu favor.
José Mourinho, outro nome especulado, parece uma opção mais distante, dado seu foco em clubes europeus. A CBF também considerou técnicos brasileiros, mas a preferência por um estrangeiro reflete a busca por um impacto imediato. Jorge Jesus, com sua demissão pelo Al-Hilal e disponibilidade imediata, encaixa-se perfeitamente nesse perfil.
- Comparativo entre Jorge Jesus e Abel Ferreira:
- Jorge Jesus: Experiência em Portugal, Turquia, Arábia Saudita e Brasil; cinco títulos com o Flamengo; estilo de jogo ofensivo com pressão alta.
- Abel Ferreira: Três títulos brasileiros com o Palmeiras; foco em organização defensiva e contra-ataques; menor experiência em seleções.
Impacto esperado na Seleção Brasileira
A contratação de Jorge Jesus, agora facilitada por sua demissão pelo Al-Hilal, representa uma aposta da CBF em um treinador com capacidade comprovada de transformar equipes. Sua chegada seria um marco, especialmente por ser o primeiro português a comandar a Seleção Brasileira. A expectativa é que ele traga um estilo de jogo agressivo, com ênfase na posse de bola e na exploração das individualidades do elenco, características que marcaram sua passagem pelo Flamengo.
Os desafios são significativos. A Seleção Brasileira enfrenta um momento de transição, com a necessidade de integrar jovens talentos, como Endrick, a veteranos como Neymar. A pressão por resultados nas Eliminatórias e a preparação para a Copa do Mundo de 2026 exigem um treinador capaz de unir o grupo e conquistar a confiança da torcida. Jorge Jesus, com sua personalidade forte e histórico de conquistas, tem o perfil para enfrentar essas demandas.
A CBF espera que a contratação de Jesus gere um impacto imediato na imagem da Seleção. Após anos de críticas à gestão técnica, com passagens instáveis de treinadores como Tite e Dorival Júnior, a entidade busca um nome que combine carisma, competência e conexão com o público. A popularidade de Jesus no Brasil, somada à sua experiência em competições de alto nível, pode ser o catalisador para uma nova era no futebol brasileiro.
Fatores emocionais e culturais na decisão
A ligação de Jorge Jesus com o Brasil vai além do campo. Sua passagem pelo Flamengo criou uma identificação única com o país, reforçada pelo carinho dos torcedores e pela relação de seu filho Mauro com o Rio de Janeiro. Mauro, que vive em Portugal, mantém laços com a cidade, onde passou momentos marcantes durante a temporada de 2019. Sua presença nas redes sociais, compartilhando memórias do Carnaval e das praias cariocas, reflete o apego da família pelo Brasil, o que pode influenciar a decisão do treinador.
A CBF vê nesse fator emocional uma vantagem nas negociações. Diferentemente de outros candidatos, como Ancelotti, que nunca trabalhou no Brasil, Jorge Jesus já conhece a cultura do futebol brasileiro, suas pressões e expectativas. Essa familiaridade, aliada à sua capacidade de se comunicar com jogadores e torcedores, é considerada um diferencial pela entidade.
A torcida brasileira parece dividida. Enquanto muitos celebram a possível chegada de Jesus, outros questionam sua saída abrupta do Flamengo e sua relação conturbada com Neymar. A CBF, no entanto, acredita que o impacto imediato de seu trabalho pode conquistar até os mais céticos, especialmente se ele conseguir resultados expressivos nas Eliminatórias.
Expectativas para as Eliminatórias de 2026
As Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026 são o próximo grande desafio da Seleção Brasileira. Após a goleada sofrida para a Argentina, o Brasil ocupa uma posição delicada na tabela, aumentando a pressão por vitórias nos jogos contra Equador e Paraguai. A chegada de Jorge Jesus, agora sem os entraves de sua passagem pelo Al-Hilal, seria um impulso para o time, que busca recuperar a confiança e o protagonismo no continente.
O estilo de jogo de Jesus, marcado por intensidade e organização tática, é visto como ideal para enfrentar adversários sul-americanos, conhecidos pela competitividade e pela qualidade técnica. Sua experiência em competições de mata-mata, como a Libertadores e a Champions Asiática, também pode ser um trunfo em momentos decisivos, como os jogos eliminatórios da Copa do Mundo.
A CBF planeja uma transição cuidadosa, garantindo que o novo treinador tenha tempo para conhecer o elenco e implementar suas ideias. A convocação de maio, agora mais viável com a demissão de Jesus pelo Al-Hilal, será o primeiro teste para o português. A expectativa é que ele priorize jogadores em boa fase nos clubes europeus, como Vinicius Jr., Rodrygo e Bruno Guimarães, enquanto trabalha para recuperar a melhor forma de Neymar.
Redação com Mix Vale
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