Por Guilherme Nobre
A fábrica de craques que é Alagoas revelou grandes nomes para o futebol nacional e internacional. Roberto Firmino, Aloísio Chulapa, Marta, Pepe e muitos outros rodaram o mundo, levando o sangue alagoano para os campos de futebol.
Mas o futuro também é promissor. Entre muitos jovens que vem e vão no mundo de futebol, um se destaca pela mobilidade, humildade e sonho de conquistar o mundo: Kaio César.
Apesar de ter apenas 20 anos, há em si a maturidade de ter defendido camisas importantes e conquistado títulos históricos. Fora isso, ainda carrega a origem alagoana, que pode ajudá-lo no sonho de se tornar ainda maior.
Kaio César é nascido em Maceió e rapidamente se apaixonou pelo futebol. Mesmo com estatura baixa, mostrou-se valente, com sua velocidade, poder de finalização e drible. Foram essas e outras características que o credenciaram a defender a camisa o Vitória de Guimarães, considerado o “quarto grande” do futebol português.
Apesar da origem alagoana, sua carreira começou fora de Alagoas, no Sport Recife. Mas a passagem pelo estado vizinho durou pouco, já que rapidamente foi mapeado pelo Coritiba, conhecido por ter uma das melhores categorias de base do país, com seus “piás do Couto”.
Kaio conversou com a Gazeta, e revelou como trilhou seu caminho no futebol, desde cedo.
“Cheguei no Coritiba com 14 anos. Já tinha atuado no Sport Recife, onde fiquei um ano. Mas meu decolar da base para o profissional foi no Coritiba. Fiz toda minha base lá, onde pude ser campeão, ganhar Paranaense Sub-20, Copa do Brasil Sub-20, contra o Botafogo. Tive muita experiência, fiz minha transição para o profissional. Quando eu subi, me destaquei ali no começo, fiz gol no Athletico. O Coxa foi uma porta para mim. Agradeço muito a Deus e depois ao Coritiba por ter me dado essa oportunidade”, disse.
Foram cerca de cinco temporadas no Coxa, entre categorias de base e profissional. Kaio foi promovido ao time profissional em 2023, e não poderia ter uma estreia melhor. Com seu gol, o Verdão venceu o clássico com o Athletico-PR, no dia 5 de fevereiro de 2021.
As boas atuações e a idade baixa, despertaram o interesse do futebol europeu. Muitos clubes sondaram a situação, mas o Coritiba o negociou por empréstimo com o Vitória de Guimarães, que já está com o atleta há duas temporadas.
O medo inicial foi evidente. Longe de casa, ficou um tempo com saudades da família e precisou se adaptar ao novo estilo de vida em um país diferente.
No Vitória, já são 42 jogos em duas temporadas. Fora isso, marcou três gols e deu seis assistências. A última delas, foi justamente na última quinta-feira (19), no empate por 1 a 1 com a Fiorentina, na Conference League. Em Portugal, Kaio não tinha a dimensão do tamanho do clube.
“Eu cheguei aqui, eles tratam o Vitória como top. O Vitória é um dos grandes. Os grandes são Benfica, Porto e Sporting. O Vitória está em um patamar igual. Aqui em Portugal é tratado assim e a responsabilidade de jogar aqui é grande. Eles falam que se consegue jogar no Vitória, você consegue jogar em qualquer lugar. Tem uma torcida gigante, a cidade inteira é Vitória”, resumiu.
Além de disputar um campeonato continental europeu, Kaio agora está envolvido com grandes jogos e grandes craques. Alguns deles, já marcaram sua carreira.
O SONHO
Com apenas 20 anos, a carreira inteira ainda está pela frente. Porém, apesar de estar tão próximo dos espetáculos e dos melhores jogadores do mundo, o sonho do atacante é de defender as cores do seu país.
Kaio César passou pela Seleção Brasileira nas categorias de base. Todavia, o sonho é ser convocado para o time principal e chegar onde chegaram suas maiores inspirações.
“Tenho vários sonhos no meio do futebol, mas acredito que o maior deles é chegar em uma Seleção Brasileira, jogar uma Copa do Mundo e dar alegrias ao povo brasileiro. Tive oportunidade de jogar no Panamericano 2023 pelo Brasil. É uma sensação inexplicável, ali na Granja Comary, treinar ali, onde tantos jogadores passaram. Só me dá alegria e gratidão. Mas meu maior sonho é chegar lá”.
E ALAGOAS?
Muitos se perguntam o porquê de Kaio César nunca ter atuado no futebol alagoano. Porém, as oportunidades não apareceram, pois saiu muito jovem do Estado.
“As pessoas falam ‘ué, como você é alagoano e não tem o sotaque?’. Eu sou alagoano, mas perdi o sotaque porque com 14 anos eu fui para Curitiba e fiquei até os 19. Por isso que fui perdendo o sotaque”.
Mas isso não é motivo para esquecer do lugar de onde veio. Seus pais e seu irmão continuam em Alagoas, e sempre em contato com o jogador.
E não poderia faltar a pergunta de ouro. A Gazeta questionou sobre sua torcida, ‘CRB ou CSA?’. Kaio não apenas tem seu time de coração, bem como deseja voltar para Alagoas para defender o clube.
“Meu pai e meu irmão não vão gostar, mas meu time de coração é o CRB [risos]. Eles são azulinos doentes, mas eu e minha mãe somos regatianos doentes também. CRB de coração. Tenho vontade de jogar no CRB. Meu sonho é fazer uma carreira brilhante e quando tiver chegando, quero jogar no CRB, dar alegrias para a nação regatiana também”.
A saudade de casa também pesa, mesmo com a busca pelo seu sonho. São mais de 6 mil quilômetros de distância até em casa, além do caminho que ainda há para percorrer no futebol europeu.
“Sinto falta de estar perto da família, de estar junto com eles no dia-a-dia. Mas aqui está sendo muito importante também, para conseguir desde novo me adaptar a esse estilo de vida. Dá um pouco de saudade mesmo, do calor brasileiro”.
Redação com Gazeta Web
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ABN | Alagoas Brasil Notícias.
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