Apesar de sua promessa de campanha de evitar novas guerras — compromisso valorizado por sua base eleitoral —, Donald Trump sabe que, diante de uma série de fracassos diplomáticos, uma vitória militar rápida no Oriente Médio poderia representar um ganho político significativo.
Em entrevista ao portal FranceInfo, o especialista Thierry Coville, pesquisador do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS), considera essa hipótese simplista. Segundo ele, embora Khamenei concentre o poder político e religioso no Irã, sua morte criaria um vácuo perigoso, possivelmente ocupado por uma figura ainda mais radical.
Coville lembra que a hostilidade iraniana contra Israel é ideológica e histórica, anterior ao próprio Khamenei, e que o programa nuclear iraniano surgiu como resposta estratégica à guerra com o Iraque e à falta de apoio internacional.
Ajuste na retórica
Já o jornal Le Figaro destaca o papel decisivo dos Estados Unidos no desfecho do conflito. Segundo o editorial, Trump hesita em se envolver diretamente, mas pode ser tentado a usar armamentos pesados, como bombas antibunker, para atingir instalações nucleares subterrâneas iranianas.
O jornal observa que ele já endureceu sua retórica: “Aqueles que querem a paz não podem tê-la se o Irã possuir a arma nuclear”; é preciso “um fim real” para essa guerra — e isso também é “América em primeiro lugar”.
Por fim, o editorialista Anthony Samrani, do jornal libanês L’Orient-Le Jour, alerta para os riscos de repetir erros do passado, como a intervenção americana no Iraque. Ele critica o uso desproporcional da força, que tende a gerar mais caos do que soluções.
Samrani questiona quem assumiria a transição em um Irã devastado, com 90 milhões de habitantes, 75 vezes maior que Israel e três vezes o tamanho do Iraque?”, questiona o jornal L’Orient-Le Jour.
Fonte: RFI
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