“A Indecência da Europa” é manchete do jornal Libération, que critica a suspensão dos pedidos de asilo de cidadãos sírios em alguns países, “um sintoma da obsessão antiimigratória”, diz o diário. Estados-membros da União Europeia calculam que expulsarão cerca de um milhão de refugiados, ainda que a situação política na Síria continue incerta.
Símbolo do “show de egoísmo”, ministros do bloco serão os primeiros no mundo a planejar o fim das políticas de acolhimento aos sírios. Libération lembra que algumas horas após a queda de Assad, a Alemanha já anunciava, na segunda-feira (9), o bloqueio das análises dos pedidos de asilo. O país foi seguido por várias outras nações da União Europeia, entre elas, a própria França, mas também Reino Unido, Noruega e Suíça, que não fazem parte do bloco.
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Ascensão da extrema direita
“A Europa fecha as portas aos refugiados sírios” é o título de uma reportagem do jornal La Croix, que atribui o fenômeno à ascensão da extrema direita. Para o diário, dirigentes de partidos ultraconservadores europeus estão indo “longe demais”. A matéria cita como exemplo o ministro do Interior da Áustria, Gerhard Karner, que já ordenou a execução de um programa de expulsão dos sírios.
La Croix destaca que essas iniciativas preocupam organismos de defesa dos direitos humanos dentro da própria União Europeia. É o caso de Catherine Woollard, diretora do Conselho Europeu para os Refugiados e Exilados, que faz um apelo para que os governos não se precipitem em um momento em que a segurança da volta dos refugiados ainda não está garantida.
A matéria também chama a atenção para o fato de que a Europa não está na primeira linha do acolhimento de imigrantes sírios. “A metade dos seis milhões de refugiados que deixaram o país foi recebida pela Turquia”, aponta o jornal. Segundo La Croix, desde o início da guerra na Síria, a França acolheu apenas 45 mil pessoas que fugiram do regime de Assad.
Fonte: Brasil 247