A mulher filmada imitando um macaco durante uma roda de samba na Praça Tiradentes, no Centro do Rio de Janeiro, na noite da última sexta-feira (19), seria, conforme testemunhas, uma argentina de Buenos Aires, que estava na cidade para participar do Fórum Latino-americano de Educação Musical.

O homem que acompanhava a estrangeira, realizando imitações semelhantes, seria de origem carioca. As informações são do portal O Globo, que trouxe a tona a denúncia feita pela jornalista Jackeline Oliveira, responsável pelo vídeo que flagrou o ato de racismo e encaminhado à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Além de formalizar a denúncia, a jornalista, ao lado de Wanderson Luna, idealizador da roda Pede Teresa, e da vereadora Monica Cunha, presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara Municipal, se uniram a advogados para exigir a identificação e punição dos suspeitos.

Em entrevista, Jackeline Oliveira expressou seu descontentamento com o ocorrido: “Nada ameniza o racismo. Ninguém, em país nenhum vai entender que o racismo é uma coisa boba, uma brincadeira. Volto a dizer que o homem é brasileiro, está aqui no Rio de Janeiro e vai ser encontrado em alguma hora. A mulher também não vai sumir. A gente vai continuar buscando e eu espero que a polícia faça o trabalho dela, localizando, responsabilizando e fazendo essas pessoas pagarem pelo crime e ato de racismo que cometeram.”

A testemunha, que ao sair da roda para comprar água avistou o homem e a mulher, ambos brancos, reconheceu rapidamente o ato como racista e não como uma dança. Após gravar o vídeo, chamou o segurança do evento e, no dia seguinte, denunciou o ocorrido nas redes sociais.

Foi somente após a postagem que a jornalista percebeu a gravidade do incidente e procurou a Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da Câmara Municipal, presidida pela própria vereadora Mônica Cunha, de quem Jackeline é assessora, para denunciar o caso.

“Quando o caso ganhou essa repercussão toda nas redes sociais, não imaginava que teria tanta força. Mas a população se mobilizou, porque não pode ser mais um caso de racismo. Tem que haver algum tipo de punição,” afirmou Jackeline.

*Redação com IG/ Último Segundo