O texto foi aprovado em segunda e terceira leituras pelos deputados da Duma, a câmara baixa do Parlamento russo.
De acordo com a lei, a “proibição” de uma organização em solo russo pode agora ser “suspensa temporariamente” por uma decisão judicial no caso de “evidências reais” de que o referido grupo “deixou de realizar atividades destinadas a propaganda, defesa e apoio ao terrorismo.
O texto deve agora ser examinado pelo Conselho da Federação, a câmara alta do Parlamento russo, antes de ser entregue ao presidente Vladimir Putin para assinatura. Esta última etapa é uma formalidade.
Durante uma visita a Cabul no final de novembro, o secretário do Conselho de Segurança russo, Sergei Shoigu, afirmou que Moscou retiraria “em breve” os talibãs, que voltaram ao poder no Afeganistão em 2021, da lista de organizações proibidas na Rússia.
O movimento fundamentalista islâmico está na lista desde 2003, o que não impede que Moscou mantenha relações com eles e receba seus emissários em seu território.
Decisão não é reconhecimento
A decisão esperada não equivaleria, no entanto, ao reconhecimento formal do governo talibã, nem do “Emirado Islâmico do Afeganistão”.
Em julho, o presidente russo, Vladimir Putin, disse considerar os talibãs como “aliados na luta contra o terrorismo”.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, fez um apelo no início de outubro ao Ocidente para que suspendesse as sanções contra o Afeganistão e assumisse a “responsabilidade” pela reconstrução do país devastado por décadas de guerra.
Os aliados da Rússia na Ásia Central, vizinhos do Afeganistão, também querem melhorar suas relações com os talibãs. O Cazaquistão retirou o grupo de sua própria lista de grupos “terroristas” proibidos em dezembro de 2023.
A União Soviética travou uma guerra de 10 anos no Afeganistão na década de 1980. Muitos combatentes antissoviéticos, apoiados pelos Estados Unidos, tornaram-se mais tarde líderes do Talibã.
Fonte. RFI