Blog Caio Junqueira
O empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, foi ao Palácio do Planalto no apagar das luzes do governo Jair Bolsonaro.
O empresário está no epicentro de uma investigação da Polícia Federal, que envolve desvio de emendas parlamentares e fraudes em licitações.
Questionado por meio da própria assessoria, Moura disse não se lembrar do que foi fazer no Planalto neste dia, nem com quem esteve. O nome dele não aparece em nenhuma agenda oficial de autoridades naquele dia em Brasília. Uma norma da Controladoria-Geral da União determina que as agendas de autoridades sejam públicas.
O então presidente Bolsonaro, nesta data, não teve agenda oficial no Planalto neste dia, assim como ministros com postos no Palácio.
Na agenda pública disponível na Biblioteca da Presidência, constam encontros com ministros no Alvorada, nenhum no Planalto.
O “Rei do Lixo” foi preso no dia 11 de dezembro do ano passado, em Salvador, mas solto no dia 19 do mesmo mês após obter um habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Integrante da cúpula do União Brasil, ele foi colocado no cargo pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, de quem é próximo. A suspeita do desvio de R$ 1,4 bilhão em fraudes de licitações — processos utilizados pelo poder público para contratar serviços do setor privado — trouxe à tona o nome do baiano Marcos Moura.
Ele seria o responsável por liderar um esquema que envolvia o desvio de recursos por meio do superfaturamento de obras com contratos de licitação.
As verbas dos projetos eram, segundo apurou a Polícia Federal (PF), liberadas para empresas escolhidas previamente e tinham, como origem, repasses de emendas parlamentares.
Como começou
Segundo a PF, Moura atuava como ponte de agendas entre empresários presos e nomes ligados a governos estaduais. A investigação do que seria um esquema de propina envolvendo Moura começou com uma apreensão de R$ 1,5 milhão pela Polícia Federal, em um voo que partia de Salvador com destino a Brasília.
O voo que transportava o dinheiro teria sido coordenado pelo Rei do Lixo. O dinheiro apreendido teria o objetivo de servir como pagamento a empresários envolvidos nos esquemas de licitação, repassados por meio de emendas parlamentares.
Além dos R$ 1,5 milhão em espécie, os policiais federais também encontraram, no avião, uma planilha contendo informações sobre contratos e valores. Eles totalizavam mais de R$ 200 milhões em acordos suspeitos no Rio de Janeiro e no Amapá.
“[Documento] contendo relação de contratos e valores, com menção a ‘MM’ (possível referência a MARCOS MOURA), totalizando mais de R$ 200 milhões em contratos suspeitos no Rio de Janeiro e Amapá”, diz trecho de decisão judicial que embasou a operação.
Sobre as denúncias, Moura nega qualquer irregularidade.
Redação com CNN-Brasil
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