Por Glauco Faria
O vereador de Florianópolis (SC) Leonel Camasão Cordeiro (PSOL) enviou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Jorge Seif (PL-SC) para que o órgão avalie denunciar o parlamentar por apologia ao crime.
“O senador declarou defender qualquer ato de violência policial e ainda demonstrou solidariedade ao policial militar, que, horas depois, foi preso. Após a repercussão negativa, o senador apagou a publicação”, diz o documento. Em seu artigo 287, o Código Penal define o delito como “fazer apologia pública de um fato criminoso ou de um autor de crime”, estabelecendo pena de detenção de três a seis meses ou multa.
Na quarta-feira (4), Seif fez uma postagem em seu perfil na rede social X, o ex-Twitter, defendendo a ação do policial militar de São Paulo que arremessou um homem de uma ponte após ele ser rendido, assim como os outros agentes que viram e nada fizeram.
“Imprensa nacional demonizando a PM de SP. O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego. Deveriam ter jogado do penhasco”, disse o senador na postagem. “Porque com essa justiça sem vergonha que libera vagabundo em audiência de custódia, levar pra delegacia e ser satirizado por criminoso é o fim do mundo. Tomar um banho no córrego é prêmio”, completou o parlamentar.
Na sequência, ele chegou a editar a postagem, mudando a frase “deveriam ter jogado do penhasco” para “não foi do penhasco?”, e mais tarde apagou a publicação.
Camasão também enviou uma representação à Comissão de Ética do Senado para que Seif seja jogado por quebra de decoro parlamentar, pontuando que o senador “infringiu as normas éticas inerentes ao cargo que ocupa”.
Violência policial
O soldado da Polícia Militar de São Paulo Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, jogou o entregador Marcelo do Amaral em um córrego na Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo.
A Justiça Militar decretou nesta quinta-feira (5) a prisão do agente, que já estava detido na Corregedoria da PM, onde prestou depoimento sobre o episódio.
Na audiência de custódia, realizada também na quinta, a defesa do soldado pediu a revogação da prisão preventiva e a adoção de medidas cautelares, mas a solicitação foi negada pela Justiça.
Redação com Revista Fórum
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