Uma reunião de alto nível entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, prevista para ocorrer na segunda-feira (31), acabou sendo cancelada. Segundo a CNN Brasil, o motivo teria sido um desencontro de agendas entre os dois lados.
O encontro seria, possivelmente, o último contato diplomático direto entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a administração de Donald Trump antes do chamado “Dia da Libertação”, expressão usada por aliados do republicano para marcar a quarta-feira (2), data em que Trump promete anunciar um amplo pacote de tarifas sobre produtos estrangeiros.
A tensão comercial entre os dois países ganhou contornos ainda mais evidentes após a divulgação de um relatório do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), comandado por Greer. O documento, que detalha as barreiras comerciais enfrentadas pelos exportadores norte-americanos ao redor do mundo, apontou o Brasil como um dos principais entraves às trocas comerciais com os EUA.
De acordo com o relatório, o Brasil foi o sétimo país com mais páginas dedicadas à análise (cinco no total) e também o sétimo no ranking de impacto econômico negativo estimado para os EUA, com perdas da ordem de US$ 8 bilhões. A exposição do país no relatório foi interpretada por analistas como uma possível base para as medidas protecionistas que serão anunciadas por Trump.
Entre as supostas barreiras brasileiras apontadas pelo governo estadunidense-americano estão tarifas elevadas, restrições à entrada de produtos remanufaturados, obstáculos de natureza técnica e sanitária e exigências de conteúdo nacional em compras públicas. Tais medidas, segundo o relatório, prejudicariam os interesses dos exportadores dos Estados Unidos.
Redação com Brasil 247
