Nos últimos meses, a mineradora vem sendo alvo de denúncias por parte de moradores da região. Durante a audiência, foram relatados casos de rachaduras em casas, tremores de terra, barulho constante, poeira em excesso, risco de contaminação de rios e prejuízos à saúde e à agricultura local.
“Nós percebemos que, depois de quatro anos de exploração, já não é mais possível morar naquela região. E daqui a 10, 15, 20 anos? Nós já moramos dentro dessa área de mineração. Todos os estudos feitos pela Defesa Civil e pelo Serviço Geológico do Brasil já indicam: quanto mais próximas as explosões, maior a incidência de rachaduras. Permanecer ali não tem mais condições. Nós queremos relocação e indenização justa. Também pedimos monitoramento constante, independentemente da mineradora, da qualidade do ar, da água, do barulho e do trânsito. Esses são nossos pleitos, porque sabemos que ali não tem mais como permanecer”, afirmou um morador durante a audiência.
O deputado Ricardo Nezinho (MDB) destacou a importância de ouvir os dois lados, ressaltando o papel fiscalizador do Legislativo.
“Estamos aqui para ouvir com muita cautela. É importante ouvir os dois lados, buscar informações técnicas de órgãos fiscalizadores e, ao mesmo tempo, ter sensibilidade para compreender os reclames da população. A Assembleia não está omissa. A mineradora explora de forma vigorosa e precisamos saber como isso está sendo feito. Um dia ela vai sair, e precisa deixar saudades, não efeitos colaterais. O nosso papel é fiscalizar, legislar e dar nossa contribuição como representantes do povo”, disse.
Nezinho também chamou atenção para a necessidade de transparência em relação aos repasses feitos pela empresa ao município.
“Sabemos que deve ser um montante significativo e importante para a saúde econômica de Craíbas. Mas de nada adianta se esses recursos vierem acompanhados de danos irreversíveis. Pode haver equilíbrio nessa ação, desde que existam controles externos para garantir a segurança do povo craibense e de todo o Agreste”, completou.
Já o deputado Ronaldo Medeiros (PT), presidente da comissão, reforçou a gravidade dos relatos apresentados pelos moradores.
“O que ouvimos aqui é muito grave. A Assembleia convidou a Secretaria de Meio Ambiente, Direitos Humanos e a Defensoria Pública justamente para que esse debate fosse acompanhado de perto. Vamos elaborar um documento e encaminhar aos órgãos competentes, inclusive a Brasília. Não podemos permitir que a população continue sofrendo danos. A mineração traz recursos, mas, se as empresas retiram tudo do subsolo e deixam apenas as consequências, o prejuízo é maior do que o benefício”, afirmou.
Medeiros comparou o momento atual com o caso da Braskem em Maceió, lembrando que o problema da capital só foi reconhecido após décadas de exploração.
“A mineração tem uma parte que é federal e muito técnica. Vamos levar esse debate para que os órgãos especializados nos digam de onde vêm os problemas e quais são as causas. A população não pode continuar sofrendo danos. Estamos chegando no momento certo, diferentemente do que aconteceu em Maceió com a Braskem. Lá levou décadas para se dimensionar o problema; aqui precisamos agir desde já”, alertou.
Fonte: Gazeta web

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