Anadia/AL

1 de novembro de 2025

Anadia/AL, 1 de novembro de 2025

Rachaduras e tremores de terra: deputados ouvem comunidade sobre impactos da mineração em Craíbas

Audiência pública foi realizada na Câmara de Vereadores da cidade e contou com vários representantes de órgãos públicos

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 24 de setembro de 2025

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Foto: Rogério Nascimento

Por: TATIANNE BRANDÃO e ROGÉRIO NASCIMENTO
A Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) realizou, na manhã desta quarta-feira (24), uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Craíbas para ouvir os moradores atingidos pelas atividades da Mineração Vale Verde, responsável pela operação da Mina Serrote, no Agreste.A reunião foi conduzida pela comissão presidida pelo deputado Ronaldo Medeiros (PT) e contou com a participação dos parlamentares Ricardo Nezinho (MDB), Gilvan Barros (MDB), Breno Albuquerque (MDB), Silvio Camelo (PV) e Fernando Pereira (PP).

Também estiveram presentes representantes da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, da Secretaria de Direitos Humanos, da Defensoria Pública, do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e do Ministério Público (MP), convidado para acompanhar os trabalhos.

Nos últimos meses, a mineradora vem sendo alvo de denúncias por parte de moradores da região. Durante a audiência, foram relatados casos de rachaduras em casas, tremores de terra, barulho constante, poeira em excesso, risco de contaminação de rios e prejuízos à saúde e à agricultura local.

“Nós percebemos que, depois de quatro anos de exploração, já não é mais possível morar naquela região. E daqui a 10, 15, 20 anos? Nós já moramos dentro dessa área de mineração. Todos os estudos feitos pela Defesa Civil e pelo Serviço Geológico do Brasil já indicam: quanto mais próximas as explosões, maior a incidência de rachaduras. Permanecer ali não tem mais condições. Nós queremos relocação e indenização justa. Também pedimos monitoramento constante, independentemente da mineradora, da qualidade do ar, da água, do barulho e do trânsito. Esses são nossos pleitos, porque sabemos que ali não tem mais como permanecer”, afirmou um morador durante a audiência.

O deputado Ricardo Nezinho (MDB) destacou a importância de ouvir os dois lados, ressaltando o papel fiscalizador do Legislativo.

“Estamos aqui para ouvir com muita cautela. É importante ouvir os dois lados, buscar informações técnicas de órgãos fiscalizadores e, ao mesmo tempo, ter sensibilidade para compreender os reclames da população. A Assembleia não está omissa. A mineradora explora de forma vigorosa e precisamos saber como isso está sendo feito. Um dia ela vai sair, e precisa deixar saudades, não efeitos colaterais. O nosso papel é fiscalizar, legislar e dar nossa contribuição como representantes do povo”, disse.

Nezinho também chamou atenção para a necessidade de transparência em relação aos repasses feitos pela empresa ao município.

“Sabemos que deve ser um montante significativo e importante para a saúde econômica de Craíbas. Mas de nada adianta se esses recursos vierem acompanhados de danos irreversíveis. Pode haver equilíbrio nessa ação, desde que existam controles externos para garantir a segurança do povo craibense e de todo o Agreste”, completou.

Já o deputado Ronaldo Medeiros (PT), presidente da comissão, reforçou a gravidade dos relatos apresentados pelos moradores.

“O que ouvimos aqui é muito grave. A Assembleia convidou a Secretaria de Meio Ambiente, Direitos Humanos e a Defensoria Pública justamente para que esse debate fosse acompanhado de perto. Vamos elaborar um documento e encaminhar aos órgãos competentes, inclusive a Brasília. Não podemos permitir que a população continue sofrendo danos. A mineração traz recursos, mas, se as empresas retiram tudo do subsolo e deixam apenas as consequências, o prejuízo é maior do que o benefício”, afirmou.

Medeiros comparou o momento atual com o caso da Braskem em Maceió, lembrando que o problema da capital só foi reconhecido após décadas de exploração.

“A mineração tem uma parte que é federal e muito técnica. Vamos levar esse debate para que os órgãos especializados nos digam de onde vêm os problemas e quais são as causas. A população não pode continuar sofrendo danos. Estamos chegando no momento certo, diferentemente do que aconteceu em Maceió com a Braskem. Lá levou décadas para se dimensionar o problema; aqui precisamos agir desde já”, alertou.

Fonte: Gazeta web

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