O governo Lula articula uma reaproximação com setores da bancada evangélica, movimento que pode trazer impactos significativos na reforma ministerial prevista para 2025. Segundo informações do colunista Paulo Cappeli, do Metrópoles, líderes religiosos e parlamentares desse segmento têm intensificado suas agendas no Palácio do Planalto, buscando espaços em ministérios e secretarias estratégicas.
A relação ganhou destaque em outubro, durante a cerimônia de sanção do Dia da Música Gospel. O evento foi marcado pela oração do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) pelo presidente Lula, gesto que irritou figuras bolsonaristas como o pastor Silas Malafaia. Desde então, encontros entre líderes evangélicos e integrantes do governo têm se tornado mais frequentes.
Republicanos no centro das negociações
Um dos destaques dessa aproximação é o Republicanos, partido vinculado à Igreja Universal do Reino de Deus. Após apoiar a candidatura de Lula em 2022, o líder da igreja, bispo Edir Macedo, atribuiu a vitória do petista à “vontade de Deus”, acalmando os ânimos entre os fiéis descontentes com a derrota de Jair Bolsonaro. No início do governo, o Republicanos foi contemplado com uma pasta ministerial.
Agora, o partido vislumbra aumentar sua influência, especialmente com o possível apoio do governo à candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados em 2025. Caso Motta seja eleito, a sigla deve pressionar por mais espaço no governo em troca de apoio à reeleição de Lula em 2026.
Mudança estratégica no segmento evangélico
A ala evangélica que busca se dissociar do bolsonarismo tem interesse em fortalecer seu perfil junto ao Planalto, visando atrair mais recursos e apoio para projetos sociais. O alinhamento com o governo pode proporcionar maior acesso a políticas públicas voltadas à população de baixa renda, reforçando a relevância desses líderes religiosos no cenário político.
O ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, tem desempenhado papel central nas articulações com os parlamentares evangélicos. Essa interlocução é vista como estratégica para ampliar a base de apoio do governo no Congresso.
Redação com Brasil 247
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